terça-feira, novembro 30, 2004

Certeza

Num quarto de hotel e enquanto via um funeral de estado, encontrei uma certeza, a única que afirmei por aqui após a minha ausência e se o digo é porque não é coisa pouca nos dias que passam!
Vento


Eugene Richards/ Magnum Photos
Hoje sou vento frio, charco de água parada, amanhã com a chuva, tudo muda, aqueço-me e volto a ter em mim certezas insofismáveis, mas isso... só amanhã.

segunda-feira, novembro 29, 2004

quinta-feira, novembro 25, 2004

Caminhos

Será num caminho como este que me vou encontrar, para de seguida me voltar a perder, porque perdido encontro-me e cada vez que isto acontece descubro mais de mim.

terça-feira, novembro 23, 2004

Confissão
Isto não era para se dizer em Publico, mas a vergonha dos sentimentos já não mora aqui !

Eu amo um Girassol
Dor

Marc Riboud / Magnum Photos
Não dói na carne, dói no confronto e no conforto das ideias instaladas, é a dor entre o que se pensa ser e o resto.

segunda-feira, novembro 22, 2004

Farrapo

Marc Riboud/ Magnum Photos
Continuo a rasgar-me, a remendar-me, a definir-me e a desconstruir-me, cada vez que começo encontro aí o fim e o princípio de mais qualquer coisa.
Calling again
A menina dos telefones voltou, com novos serviços gratuitos de reflexão diária !

A imagem não é biográfica.

sábado, novembro 20, 2004

Horizontes possíveis

Marc Riboud / Magnum Photos
A mudança leva-me a reconstrução, antes destruo e dai parto para qualquer lugar ou qualquer coisa...

Bacardi oro com cola na proporção de 7 para 1 ou tudo o que não me mata torna-me mais forte

sexta-feira, novembro 19, 2004

Mudança

Senti um apelo de mudança, começo pelo básico, depois vou aprofundando até estar novamente com a incerteza pela frente !

quinta-feira, novembro 18, 2004

Regresso

Elliott Erwitt - Magnum Photos
POEMA EM LINHA RECTA
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado.
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confesasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Fernando Pessoa/Álvaro de Campos

quarta-feira, novembro 10, 2004

Descanso
Finalmente vou afastar-me por uns dias, procurar o sol que irrompe nas nuvens, a outra metade que falta para as coisas fazerem sentido!

quarta-feira, novembro 03, 2004

Acreditar

As nuvens vão passar...talvez não no tempo desejado mas naquele que tiver de ser.