"Angel, Angel, Down We Go Together"
Angel, Angel
don't take your life tonight
I know they take
and that they take in turn
and they give you nothing real
for yourself in return
and when they've used you
and they've broken you
and wasted all your money
and cast your shell aside
and when they've bought you
and they've sold you
and they've billed you for the pleasure
and they've made your parents cry
I will be here
BELIEVE ME
I will be here
...believe me
Angel, don't take your life
some people have got no pride
they do not understand
the Urgency of life
but I love you more than life
I love you more than life
I love you more than life
I love you more than life
Morrissey
"As palavras são, tantas vezes, feitas daquilo que significamos" Antídoto José Luís Peixoto
sábado, novembro 19, 2005
terça-feira, outubro 04, 2005
Um terço por cada um de vós...

Das melhores coisas que posso fazer quando recordo com saudade alguém, é escrever a maior impressão que tenho dessa pessoa, hoje e por motivos que ainda estou para entender, lembrei-me da minha Bisavó Coelha, senhora de preto irrepreensível, pés deformados e passos lentos.
A senhora minha bisavó que casou com o viciado em caça, costumava até aos 98 anos, altura em que faleceu, rezar um terço pelo marido, pela filha, pelo genro, pelos netos (5), pelas mulheres e maridos dos netos (4), pelos bisnetos (6); e pelas pessoas que ela gostava mesmo, afilhados e afins ( aprox. 8 ) uma média portanto de 26 terços por dia mais coisa menos coisa pois suspeito que me devem faltar uma serie de pessoas nesta listagem , o Santo Padre e Senhor; Bispo de Leiria e os Pastorinhos e afins.
Esta senhora tinha um carinho por todos nós na família mas desconfio que por mim em particular, o que a levava a dar-me 50 escudos retirados das sua poupanças e dizer-me sempre suavemente ao ouvido "já hoje rezei um terço por ti, vê lá se te portas bem que o menino Jesus está a ver", isto marcou-me , ainda hoje todos os dias me tento portar bem, não tanto pelos 50 escudos mas porque o menino Jesus pode estar a ver e ela de certeza que ficava triste.

Das melhores coisas que posso fazer quando recordo com saudade alguém, é escrever a maior impressão que tenho dessa pessoa, hoje e por motivos que ainda estou para entender, lembrei-me da minha Bisavó Coelha, senhora de preto irrepreensível, pés deformados e passos lentos.
A senhora minha bisavó que casou com o viciado em caça, costumava até aos 98 anos, altura em que faleceu, rezar um terço pelo marido, pela filha, pelo genro, pelos netos (5), pelas mulheres e maridos dos netos (4), pelos bisnetos (6); e pelas pessoas que ela gostava mesmo, afilhados e afins ( aprox. 8 ) uma média portanto de 26 terços por dia mais coisa menos coisa pois suspeito que me devem faltar uma serie de pessoas nesta listagem , o Santo Padre e Senhor; Bispo de Leiria e os Pastorinhos e afins.
Esta senhora tinha um carinho por todos nós na família mas desconfio que por mim em particular, o que a levava a dar-me 50 escudos retirados das sua poupanças e dizer-me sempre suavemente ao ouvido "já hoje rezei um terço por ti, vê lá se te portas bem que o menino Jesus está a ver", isto marcou-me , ainda hoje todos os dias me tento portar bem, não tanto pelos 50 escudos mas porque o menino Jesus pode estar a ver e ela de certeza que ficava triste.
segunda-feira, agosto 29, 2005
Porque é que este blog não se chama Taquejau mas sim ClanDestino.

Há figuras tutelares em todas as famílias, no meu caso chama-se Manuel de Barros não era poeta mas lia muito, com a quarta classe foi sargento na primeira guerra mundial, guardo-lhe o cinto da farda como relíquia familiar e o seu relógio de bolso.
Presidente de uma Junta de Freguesia, construtor da escola primária, senhor com manias muito próprias, não desabotoava o primeiro botão da camisa por mais calor que estivesse, dormia a sesta nos campos ao som das avé marias tocadas pelos sinos do Convento da terra, tinha uma biblioteca em casa com um mapa de Portugal enorme, e uma paixão enorme por caça e por uma cão o "Jau".
Ficou para nome de família na aldeia sua forma de chamar o bicho para uma volta pelos pomares de maças.

Há figuras tutelares em todas as famílias, no meu caso chama-se Manuel de Barros não era poeta mas lia muito, com a quarta classe foi sargento na primeira guerra mundial, guardo-lhe o cinto da farda como relíquia familiar e o seu relógio de bolso.
Presidente de uma Junta de Freguesia, construtor da escola primária, senhor com manias muito próprias, não desabotoava o primeiro botão da camisa por mais calor que estivesse, dormia a sesta nos campos ao som das avé marias tocadas pelos sinos do Convento da terra, tinha uma biblioteca em casa com um mapa de Portugal enorme, e uma paixão enorme por caça e por uma cão o "Jau".
Ficou para nome de família na aldeia sua forma de chamar o bicho para uma volta pelos pomares de maças.
sexta-feira, agosto 26, 2005
ClanDestino

Das coisas que mais me marcaram nos últimos anos foi a existência deste blog.
Dois anos de actividade e continua a ser um mistério o porque de ele ainda existir e de eu ainda o manter.
Um dos problemas é o ridículo que pode assumir uma frase , ainda agora já vou no quarto rascunho para um post que diga somente, este blog tem dois anos e queria agradecer a todos os que lêem, os que comentam, os que linkam e os que fui conhecendo através dele ...Pronto já está !

Das coisas que mais me marcaram nos últimos anos foi a existência deste blog.
Dois anos de actividade e continua a ser um mistério o porque de ele ainda existir e de eu ainda o manter.
Um dos problemas é o ridículo que pode assumir uma frase , ainda agora já vou no quarto rascunho para um post que diga somente, este blog tem dois anos e queria agradecer a todos os que lêem, os que comentam, os que linkam e os que fui conhecendo através dele ...Pronto já está !
sexta-feira, agosto 12, 2005
sábado, agosto 06, 2005
Forma (2)
Provavelmente noutro lugar já disseram assim, a 60 anos de distância a face mais feia do Homem.
ROSA DE HIROXIMA
Pensem nas crianças mudas, telapáticas
Pensem nas meninas cegas, inexatas
Pensem nas mulheres rotas, alteradas
Pensem nas feridas como rosas cálidas
Mas so não se esqueça da rosa, da rosa
Da rosa de hiroxima, rosa hereditária
A rosa radioativa estúpida e inválida
A rosa com cirrose a anti-rosa quálida
Sem com sem perfume sem rosa, sem nada
Vinícius De Moraes
Provavelmente noutro lugar já disseram assim, a 60 anos de distância a face mais feia do Homem.
ROSA DE HIROXIMA
Pensem nas crianças mudas, telapáticas
Pensem nas meninas cegas, inexatas
Pensem nas mulheres rotas, alteradas
Pensem nas feridas como rosas cálidas
Mas so não se esqueça da rosa, da rosa
Da rosa de hiroxima, rosa hereditária
A rosa radioativa estúpida e inválida
A rosa com cirrose a anti-rosa quálida
Sem com sem perfume sem rosa, sem nada
Vinícius De Moraes
quinta-feira, julho 21, 2005
quarta-feira, junho 01, 2005
terça-feira, maio 10, 2005
Aquisição

Sabe-se lá
Lá porque ando embaixo agora
Não me neguem vossa estima
Que os alcatruzes da nora
Quando chora
Não andam sempre por cima
Rir da gente ninguém pode
Se o azar nos amofina
E se Deus não nos acode
Não há roda que mais rode
Do que a roda da má sina.
Sabe-se lá
Quando a sorte é boa ou má
Sabe-se lá
Amanhã o que virá
Breve desfaz - se
Uma vida honrada e boa
Ninguém sabe, quando nasce
Pró que nasce uma pessoa.
O preciso é ser-se forte
Ser-se forte e não ter medo
Eis porque às vezes a sorte
Como a morte
Chega sempre tarde ou cedo
Ninguém foge ao seu destino
Nem para o que está guardado
Pois por um condão divino
Há quem nasça pequenino
Pr'a cumprir um grande fado.

Sabe-se lá
Lá porque ando embaixo agora
Não me neguem vossa estima
Que os alcatruzes da nora
Quando chora
Não andam sempre por cima
Rir da gente ninguém pode
Se o azar nos amofina
E se Deus não nos acode
Não há roda que mais rode
Do que a roda da má sina.
Sabe-se lá
Quando a sorte é boa ou má
Sabe-se lá
Amanhã o que virá
Breve desfaz - se
Uma vida honrada e boa
Ninguém sabe, quando nasce
Pró que nasce uma pessoa.
O preciso é ser-se forte
Ser-se forte e não ter medo
Eis porque às vezes a sorte
Como a morte
Chega sempre tarde ou cedo
Ninguém foge ao seu destino
Nem para o que está guardado
Pois por um condão divino
Há quem nasça pequenino
Pr'a cumprir um grande fado.
Pelo Sonho é que vamos

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
(Sebastião da Gama)

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
(Sebastião da Gama)
segunda-feira, maio 02, 2005
segunda-feira, abril 11, 2005
terça-feira, abril 05, 2005
sexta-feira, março 25, 2005
quinta-feira, março 24, 2005
Build
Como outras tantas coisas na vida,...

Clambering men in big bad boots
Dug up my den, dug up my roots
Treated us like plasticine town
They built us up and knocked us down
From meccano to legoland
Here they come with a brick in their hand
Men with heads filled up with sand
It’s build
It’s build a house where we can stay
Add a new bit everyday
It’s build a road for us to cross
Build us lots and lots and lots and lots and lots
Whistling men in yellow vans
They can and drew us diagrams
Showed us how it all worked it out
And wrote it down in case of doubt
Slow, slow, quick, quick, quick
It’s wall to wall and brick to brick
They work so fast it makes you sick
It’s build
It’s build a house where we can stay
Add a new bit everyday
It’s build a road for us to cross
Build us lots and lots and lots and lots and lots
It’s build
Down with sticks and up with bricks
In with boots and up with roots
It’s in with suits and new recruits
It’s build
Housemartins
Como outras tantas coisas na vida,...

Clambering men in big bad boots
Dug up my den, dug up my roots
Treated us like plasticine town
They built us up and knocked us down
From meccano to legoland
Here they come with a brick in their hand
Men with heads filled up with sand
It’s build
It’s build a house where we can stay
Add a new bit everyday
It’s build a road for us to cross
Build us lots and lots and lots and lots and lots
Whistling men in yellow vans
They can and drew us diagrams
Showed us how it all worked it out
And wrote it down in case of doubt
Slow, slow, quick, quick, quick
It’s wall to wall and brick to brick
They work so fast it makes you sick
It’s build
It’s build a house where we can stay
Add a new bit everyday
It’s build a road for us to cross
Build us lots and lots and lots and lots and lots
It’s build
Down with sticks and up with bricks
In with boots and up with roots
It’s in with suits and new recruits
It’s build
Housemartins
quinta-feira, março 10, 2005
sexta-feira, fevereiro 25, 2005
Abraço em memórias apertadas
Hoje recordei num abraço de dor a minha infância e a minha juventude, em especial o champô de camomila oferecido pela mãe da amiga que abraçava, para que o meu cabelo permanecessem louro, o piqueniques no pinhal para os lados de uma praia sem nome, os truques que ela e a irmã usavam para deixar a avó a dormir, para saírem de casa à noite, os scones e o uso colectivo de roupa preta e botas doc marten , e depois a frase "Agora já não há ninguém que me conte histórias de quando eu era pequenina" a frase que me trouxe à realidade.
Hoje recordei num abraço de dor a minha infância e a minha juventude, em especial o champô de camomila oferecido pela mãe da amiga que abraçava, para que o meu cabelo permanecessem louro, o piqueniques no pinhal para os lados de uma praia sem nome, os truques que ela e a irmã usavam para deixar a avó a dormir, para saírem de casa à noite, os scones e o uso colectivo de roupa preta e botas doc marten , e depois a frase "Agora já não há ninguém que me conte histórias de quando eu era pequenina" a frase que me trouxe à realidade.
quarta-feira, fevereiro 23, 2005
sexta-feira, fevereiro 18, 2005
Ficção Eleitoral

Se calhar Domingo visto-me com o fato e gravata dos casamentos e funerais, coloco a brilhantina no cabelo e a que sobrar nos sapatos e vou votar, ofereço o voto ao senhor que me abraçou calorosamente naquele jantar onde o presidente da junta me levou e do qual ainda tenho o pano que me deram à entrada dizendo baixinho "amigo levante alto no ar e agite quando aquele senhor ali ao canto disser". Um belo pano, está agora a servir para tapar o buraco da casa dos animais.

Se calhar Domingo visto-me com o fato e gravata dos casamentos e funerais, coloco a brilhantina no cabelo e a que sobrar nos sapatos e vou votar, ofereço o voto ao senhor que me abraçou calorosamente naquele jantar onde o presidente da junta me levou e do qual ainda tenho o pano que me deram à entrada dizendo baixinho "amigo levante alto no ar e agite quando aquele senhor ali ao canto disser". Um belo pano, está agora a servir para tapar o buraco da casa dos animais.
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
terça-feira, fevereiro 08, 2005
39º
nimelsulide de 12h em 12h
paracetamol 8h em 8h
Fluidificante e antitússico
Foi preciso o meu corpo rebelar-se...
39 graus, uma tosse cavernosa, uma dor em cada uma das articulações.
Sintomas de uma gripe ou de uma virose na opinião de um senhor de bata branca cordial e que parecia vagamente um agente secreto pela forma codificada como me passou aquela mensagem num papel. Não lhe disse que na minha opinião isto é um sintoma de ressaca de escrita.
nimelsulide de 12h em 12h
paracetamol 8h em 8h
Fluidificante e antitússico
Foi preciso o meu corpo rebelar-se...
39 graus, uma tosse cavernosa, uma dor em cada uma das articulações.
Sintomas de uma gripe ou de uma virose na opinião de um senhor de bata branca cordial e que parecia vagamente um agente secreto pela forma codificada como me passou aquela mensagem num papel. Não lhe disse que na minha opinião isto é um sintoma de ressaca de escrita.
terça-feira, janeiro 25, 2005
terça-feira, janeiro 18, 2005
O mais belo sorriso
Foi o sorriso que tinha quando me disse ontem, "vai para a cama" e percebeu que o sono do qual me despertou já era demasiado profundo para raciocinar, foi esse sorriso, tenho a certeza, que eu lhe vi quando nasci, não sei porque mas aquele sorriso fez mais por mim que as horas de sono e os dias de descanso negados.
Ontem percebi que o amor que sinto pelo meu pai está muito ligado ao humor e boa disposição que ele tem, com que ele contagia os que com ele privam. O sorriso sem idade, sem limites um sorriso de pai que ama um filho.
Foi o sorriso que tinha quando me disse ontem, "vai para a cama" e percebeu que o sono do qual me despertou já era demasiado profundo para raciocinar, foi esse sorriso, tenho a certeza, que eu lhe vi quando nasci, não sei porque mas aquele sorriso fez mais por mim que as horas de sono e os dias de descanso negados.
Ontem percebi que o amor que sinto pelo meu pai está muito ligado ao humor e boa disposição que ele tem, com que ele contagia os que com ele privam. O sorriso sem idade, sem limites um sorriso de pai que ama um filho.
segunda-feira, janeiro 17, 2005
quarta-feira, janeiro 12, 2005
sábado, janeiro 08, 2005
sexta-feira, janeiro 07, 2005
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