
Há figuras tutelares em todas as famílias, no meu caso chama-se Manuel de Barros não era poeta mas lia muito, com a quarta classe foi sargento na primeira guerra mundial, guardo-lhe o cinto da farda como relíquia familiar e o seu relógio de bolso.
Presidente de uma Junta de Freguesia, construtor da escola primária, senhor com manias muito próprias, não desabotoava o primeiro botão da camisa por mais calor que estivesse, dormia a sesta nos campos ao som das avé marias tocadas pelos sinos do Convento da terra, tinha uma biblioteca em casa com um mapa de Portugal enorme, e uma paixão enorme por caça e por uma cão o "Jau".
Ficou para nome de família na aldeia sua forma de chamar o bicho para uma volta pelos pomares de maças.